'Colonizadores: nossa história do lado de lá' mostra como tudo começou. TV Mirante buscou vestígios mais remotos de São Luís.
A TV Mirante cruzou o Atlântico em busca das heranças e vestígios históricos mais remotos de São Luís do Maranhão. O sonho de Daniel de La Touche – um francês com espírito aventureiro – ambições ilimitadas e apaixonado pela navegação.
A baia de Saint Martin, em Cancale, Bretanha francesa, foi o ponto de partida de uma aventura marítima que uniu para sempre brasileiros e franceses. Foi deste ponto que partiu Daniel de La Touche em direção a São Luís, em uma expedição formada por 500 marujos – a bordo de três naus – embarcações típicas da Europa medieval - que zarpou do porto de La Holle, no dia 19 de março de 1612.
Algumas curiosidades foram mostradas pelos repórteres Sidney Pereira e Elson Paiva, como o Palácio do Louvre, sede do império francês desde a dinastia dos Capetos - uma família imperial que governou a França por mais de 800 anos. Foi lá que, há exatos 400 anos, La Ravardiere recebeu a missão de cruzar o Atlântico para expandir os negócios e o domínio francês. Além disso, foi mostrado que logo após ser extraditado de Portugal, Daniel de La Touche abandonou de vez a navegação e passou então a se dedicar a igreja. Terminou os dias como pastor em um castelo na Bretanha francesa.
“Daniel de La Touche é motivo de muito orgulho para o povo francês”, disse o escultor que levou quatro meses para terminar o busto do capitão esculpido em bronze.
Bandeiras de Cancalle, da Bretanha francesa, do Maranhão e de São Luís decoram as fachadas da maioria dos casarões e moradas da cidade; um modo de celebrar a amizade entre duas cidades tão distantes e tão próximas – unidas pelo passado.
Da França para Portugal
A São Luís francesa se tornou a mais portuguesa das capitais brasileiras por pura inspiração e conservar o passado é parte da identidade cultural em Lisboa e também uma das maiores contribuições portuguesas para a cultura universal. As origens de São Luís foram encontradas no alto das colinas, em ruas estreitas, nas ladeiras de pedra, nos gradis de ferro – decorando janelões e estampada na fachada de casarões e sobrados.
A maioria dos azulejos portugueses que revestem as fachadas do centro histórico de São Luís foi feita à mão na Santana – exatamente como hoje. A empresa de azulejaria mais antiga da Europa vem passando de geração em geração de uma mesma família desde 1641.
Moldes milenares são usados para dar forma a essa tradição que retrata a fé, o cotidiano e, sobretudo, as grandes conquistas portuguesas mundo afora.
Toda esta nobreza européia ficou como herança para as colônias portuguesas, patrimônio que resiste até os dias de hoje. A capital do Maranhão também é feita desta história que começou com a idade moderna e se tornou orgulho para gerações de europeus. Cada azulejo; cada casarão – em Lisboa e em São Luís - é um tesouro histórico que vai unir para sempre maranhenses e europeus. Nossa história do lado de lá está sendo cuidada como se fosse eterna.
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