quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Fábrica Santa Amélia

19/01/2012 · by Anderson Corrêa · in História, Monumentos, Notícia. 
Imagens da Fábricaretiradas
do encarte
A antiga Fábrica de Tecidos Santa Amélia é um símbolo do desenvolvimento econômico da antiga São Luís. Construída no século XIX e tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), as dependências da antiga fábrica localizada entre as Ruas do Mocambo e da Inveja, com sua fachada principal na Rua das Crioulas (Cândido Ribeiro), no Centro, está sob a responsabilidade da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e passa por um processo de restauração minucioso, no qual traços estão sendo preservados para que não haja perda de identidade e valor cultural do espaço.

Fachada da Fábrica Santa Amélia /
Foto: Edgar Rocha
A Fábrica Santa Amélia, que foi uma das 12 fábricas de tecidos que formavam o parque industrial de São Luís na segunda metade do século XIX, era denominada de Lanifícios Maranhenses no início de sua produção, sendo propriedade do grupo cotonifício de Cândido Ribeiro. No começo de sua história, chegou a ter 50 operários para produzir 440 mil metros de tecidos que eram exportados principalmente para a Inglaterra. Foi inaugurada em 1892, mas faliu em 1966 e foi tombada em 01 de julho de 1987 pelo então secretário executivo do Ministério da Cultura, Joaquim Itapary, que a cedeu para reforma que só está acontecendo agora.

Santa Amélia vista do alto /
Foto: Edgar Rocha
A fábrica foi erguida na parte superior do terreno onde está localizado a Fonte das Pedras. Na época havia um acesso que ligava os dois ambientes. Contornos dessa ligação foram encontrados durante a construção de um novo projeto para a fonte, inaugurado pela Prefeitura Municipal em junho de 2008.

De acordo com a fachada original da fábrica, erguida no lado elevado e pavimentado do terreno, a fonte é que ficava, à época, aos fundos da construção, já que originalmente nesses1500 m²se viam apenas olhos d´água, que banhavam as barracas próximas ao local.

Outro complexo que está sob a proteção do Patrimônio Histórico da cidade é um conjunto de casas que faziam parte de uma vila Iphan embargou a demolição das casas. A vila operária foi tombada e ameaçada de destruição pela dona do imóvel que queria transformar o local em estacionamento, sendo necessária a ação da polícia federal.

Fábrica Santa Amélia /
Foto: Edgar Rocha
Revitalização - Em posse da Universidade desde 6 de maio de 1987, as instalações da fábrica ficaram abandonadas por muito tempo, passando por um longo processo de deterioração. “Durante esses 25 anos nunca houve um planejamento para que se revitalizasse este espaço. Abandonado, o local transformou-se em albergue de marginais, sofrendo ação de vândalos e servindo como deposto de lixo. Total descaso com o patrimônio cultural e histórico do estado”, lamentou Natalino Salgado, reitor da Universidade.

Fábrica Santa Amélia /
Foto: Edgar Rocha
Graças a um projeto pioneiro, seus nove mil metros quadrados estão sendo reestruturados e requalificados para receber os cursos de Turismo e Hotelaria da UFMA. O projeto de recuperação é resultado de uma parceria entre a UFMA e o Iphan, que supervisiona as obras. Tudo está sendo planejado para que detalhes da memória do prédio não sejam esquecidos. As telhas francesas de Marselha foram retiradas uma a uma (todas possuem um coração com marca registrada) e lavadas a uma determinada temperatura para que não perdessem as suas características originais; o elevador, de 1910, que servia para puxar os fardos de tecidos da Fábrica, estão sendo recuperados e vão fazer parte do acervo museológico.

Fábrica Santa Amélia /
Foto: Edgar Rocha
O forro de madeira em forma de peixe está sendo reconstruído; os azulejos da fachada estão sendo restaurados na própria fábrica, pois um forno foi comprado só para isso; os vitrais lisos da janela, que não existem no Brasil, estão vindo do exterior; uma escadaria helicoidal escocesa vai ser restaurada, degrau a degrau, por sua delicadeza; um gradil de ferro também está sendo recuperado para voltar ao seu lugar, enquanto várias caldeiras e galerias vão compor os achados de época em um museu vivo e permanente.

A nova Santa Amélia vai contar com uma série de atrativos como laboratórios, área de vivência, auditórios, biblioteca, núcleos de pesquisa e ensino, unidade museológica, salas com capacidade para 60 alunos e um hotel-escola com equipamentos de alta complexidade.

Fonte: http://passeiourbano.com

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