Conversei no início da semana com um ex-funcionária da Vale. Ele trabalhou durante 20 anos no setor de segurança, saúde e meio-ambiente da mineradora.
O informante, que pediu para não ser identificado mas disse estar disposto a relatar tudo o que sabe às autoridades, contou que no ínício dos anos 2000 a Vale enterrou três fontes radioativas numa vala de concreto por trás da Central de Combate a incêncio, no Porto da Ponta da Madeira, em São Luís.
As fontes eram provenientes de para-raios que foram desmontados. Na época, o equipamento tinha em sua composição material radioativo.Em meados de 2001, a Vale resolveu desenterrar o material porque queria receber a certificação internacional ISO 140001.
Qual não foi a surpresa? Quando a vala foi aberta existiam apenas duas fontes radiotativas.
A Vale então abriu um processo de não-conformidade ambiental informando ter encontrado apenas duas das três fontes e estando a terceira desaparecida até hoje. O material encontrado foi entregue ao CNEN (Conselho Nacional de Energia Nuclear).
Segundo o ex-funcionário, a informação consta de um processo trabalhista que tramita na 2ª Vara da Justiça do Trabalho, no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 16ª Região (Maranhão).
No processo, a Vale não fala abertamente no desaparecimento da fonte radiotiva mas de “problemas” com material radioativo no interior da empresa.
Segundo o ex-funcionário, a fonte radioativa nunca foi encontrada e caso venha aparecer algum dia poderá causar acidente igual ao do Césio-137, ocorrido em Goiânia, em 1987. Na ocasião, catadores acharam uma cápusa com o material num lixão e contamiram centenas de pessoas ao manuseá-lo de forma errada.
“Isso é um caso gravíssimo porque se esse material for achado e manuseado de forma incorreta poderá provocar um acidente até pior que o de Goiânia”, garante a fonte.
Nota: Aguarde que nos próximos dias o blog vai trazer mais informações sobre questões de meio ambiente da Vale no Maranhão. Será uma bomba atrás da outra.
Fonte: Do Blog do Décio
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