domingo, 4 de março de 2012

Professores, pais e alunos não concordam com mudanças no Almirante Tamandaré


 Do jornalpequeno/ POR JULLY CAMILO/ 1 de fevereiro de 2012 às 10:34
Estudantes, pais e professores da rede estadual de ensino da capital, estão preocupados com a transformação de parte das dependências do Centro de Ensino Almirante Tamandaré, no Bairro da Cohab, em anexo do Centro Integrado do Rio Anil (Cintra), situado no Anil. A decisão foi tomada pela Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc), por conta da crescente demanda que ultrapassou a casa dos cinco mil estudantes para apenas 700 vagas ofertadas. A classe estudantil teme que, com a instalação do anexo, o Almirante Tamandaré possa ser extinto e haja remanejamento de alunos para outros bairros.

Segundo a dona de casa Rita de Cássia Silva Pinheiro, de 43 anos, a notícia em relação às mudanças pegou a todos de surpresa. Ela relatou que possui dois filhos estudando no Almirante Tamandaré e teme que um deles possa ser remanejado para outro bairro. “Fui fazer a matrícula dos meus filhos que cursam o 2º e 3º ano do ensino médio e me deparei com a suspensão provisória do procedimento. A secretaria da escola me informou que, por conta das novas adaptações, o Cintra seria o responsável pela administração do Almirante e por isso as matrículas estavam suspensas até que a nova equipe de diretores e professores ocupasse o local”, disse.POR JULLY CAMILO

Estudantes, pais e professores da rede estadual de ensino da capital, estão preocupados com a transformação de parte das dependências do Centro de Ensino Almirante Tamandaré, no Bairro da Cohab, em anexo do Centro Integrado do Rio Anil (Cintra), situado no Anil. A decisão foi tomada pela Secretaria de Estado de Educação do Maranhão (Seduc), por conta da crescente demanda que ultrapassou a casa dos cinco mil estudantes para apenas 700 vagas ofertadas. A classe estudantil teme que, com a instalação do anexo, o Almirante Tamandaré possa ser extinto e haja remanejamento de alunos para outros bairros.

Segundo a dona de casa Rita de Cássia Silva Pinheiro, de 43 anos, a notícia em relação às mudanças pegou a todos de surpresa. Ela relatou que possui dois filhos estudando no Almirante Tamandaré e teme que um deles possa ser remanejado para outro bairro. “Fui fazer a matrícula dos meus filhos que cursam o 2º e 3º ano do ensino médio e me deparei com a suspensão provisória do procedimento. A secretaria da escola me informou que, por conta das novas adaptações, o Cintra seria o responsável pela administração do Almirante e por isso as matrículas estavam suspensas até que a nova equipe de diretores e professores ocupasse o local”, disse.
Pais, estudantes e professores do Almirante Tamandaré protestaram em frente ao Cintra/Foto: G. Ferreira
Na manhã de ontem (31), a direção do Cintra convocou uma reunião com os pais dos alunos do Centro de Ensino Almirante Tamandaré para tratar sobre as mudanças. Segundo a estudante Manuelle Lima, de 16 anos, que irá cursar o 3º ano do ensino médio, o gestor geral do Cintra, Arnaldo Martinho da Costa, teria dito durante a reunião que os alunos do 3º ano, que em um primeiro momento seriam transferidos para o Anil, agora permaneceriam no Almirante Tamandaré e com o mesmo fardamento. Porém, a direção, bem como os alunos do 1º e 2º ano, teriam o layout do fardamento alterado. “Estudo lá há dois anos e temo pela extinção do colégio, que além de ter uma vasta história possui também tradição e uma importância inenarrável para a população da Cohab e seu entorno. Afinal, eu moro no Parque Sabiá e venho a pé, mas se formos transferidos nossa vida ficará de cabeça para baixo”, declarou.

O professor de História Maximus Machado, que leciona no colégio Almirante, há 20 anos, disse que o Centro de Ensino está comemorando em 2012, 32 anos de serviços educacionais, prestados à comunidade ludovicense. Ele explicou que a transformação da escola em anexo do Cintra destrói sua identidade e desrespeita sua história de agente educacional. “Uma equipe enviada pelo Centro Integrado do Rio Anil, sem qualquer notificação aos professores da ‘casa’, se apossou das instalações do Almirante durante as férias, sem nenhuma reunião prévia conosco. E segundo eles, seremos subordinados à Fundação Nice Lobão que é mantida pelo governo do Estado e administradora do Cintra. Procuramos a Seduc para uma conversa e estamos aguardando um retorno e enviaremos ainda hoje (ontem), um abaixo-assinado para a Promotoria da Educação”, informou.

De acordo com o coordenador geral do Cintra, Arnaldo Martinho da Costa, atualmente estão matriculados na escola, que possui 72 salas, 8.800 alunos, divididos em três turnos, sendo pré-escola, ensino fundamental e médio. Ele contou que para o ano letivo de 2012 há 700 vagas disponíveis e foi realizado um processo seletivo para três mil alunos, porém a demanda já aumentou para 5.797 estudantes em busca de uma vaga. “Enviamos um documento à Seduc, relatando a situação e solicitando um espaço que tivesse acima de 18 salas de aulas e que ficasse nas imediações do Cintra. Visitamos várias escolas junto com a Unidade Regional de Educação (URE) e em decorrência do espaço ocioso encontrado no Almirante Tamandaré a Secretaria de Educação optou por ele”, explicou.

O coordenador disse que não apontou nenhuma escola para ser ocupada, porém fez uma ressalva no documento enviado à Seduc, onde gostaria que a direção do Almirante, que agora será administrada pelo Cintra, fosse indicada por eles. Arnaldo Costa revelou que a diretoria da escola informou que o colégio possui 23 salas, com capacidade para 45 alunos cada, agregando um total de 2.300 alunos. “Pelo primeiro relatório que nos mandaram existem apenas 938 alunos no Almirante, por isso, queremos ocupar apenas os espaços ociosos. A direção vai mudar, o fardamento também, porém o Almirante continuará 100% com sua identidade, seu nome e sua essência. Queremos escrever no muro do colégio Almirante Tamandaré/Cintra. Nenhum aluno será transferido contra sua vontade e cada um continuará exibindo no peito o nome de sua escola”, afirmou.

A atual diretora do Centro de Ensino Almirante Tamandaré, Evânia Beatriz Verde de Souza, ressaltou que foi chamada na semana passada pela gestora da URE, Sônia Maciel, onde foi informada de que o colégio se tornaria um anexo do Cintra e que a direção levaria sua equipe para atuar no local. Ela pontuou que até o momento não recebeu nenhuma notificação sobre sua situação ou provável exoneração e por isso continua indo à escola. “A única certeza é a de que as matrículas serão retomadas hoje (1º), e já pela nova equipe que ocupa a secretaria, além da nova diretora e duas adjuntas que também já foram nomeadas. A previsão para o início das aulas é no final de fevereiro”, informou.

Outro lado – Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Educação informou que não haverá transferência de alunos do Centro de Ensino Almirante Tamandaré para o Cintra. Os alunos matriculados para estudar no Almirante Tamandaré não serão transferidos. O fardamento continua o mesmo. Os professores darão sua carga horaria normal definida por Lei.

A Secretaria informou ainda que, neste ano letivo, salas ociosas do Almirante Tamandaré serão ocupadas por novos alunos do Cintra, mas que nada irá mudar para os alunos do Almirante Tamandaré.

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