quarta-feira, 7 de março de 2012

SÃO LUÍS-MA: Nomes que fizeram história

São Luís do Maranhão "Ilha do Amor"Patrimônio Cultural da Humanidade

Os ilustres personagens históricos que fazem parte do nosso cotidiano emprestando seus nomes às ruas, praças e pontes da Ilha nem sempre são lembrados como deveriam. Por isso, O Imparcial preparou uma lista que vai lhe ajudar a não fazer feio quando lhe perguntarem sobre a origem de alguns dos pontos turísticos mais célebres de São Luís.


Fonte do Ribeirão - Assim como as demais fontes da cidade, a Fonte do Ribeirão foi construída com a finalidade de abastecer água para a população de São Luís. Sua construção data de 1796 e seu nome faz referência ao local onde estava situada: a área da fonte correspondia ao antigo Sítio do Ribeirão, considerado o bairro das famosas vendedoras de peixe frito. A Fonte do Ribeirão foi edificada por iniciativa do governador e Tenente-coronel D. Fernando Antônio de Noronha e hoje está inserida num vasto pátio revestido por pedras de cantaria e protegida por paredes de alvenaria. Ao longo do tempo, a Fonte perdeu sua primeira utilização e atualmente é referência histórica e urbanística da capital maranhense.

Praça Benedito Leite - Nos primeiros anos do século XX, Benedito Leite foi governador do Estado do Maranhão e, na época, responsável pelo cenário que a atual Praça Benedito Leite possui. Em 1906, ele incumbiu o engenheiro Anísio Palhano de Jesus de elaborar um projeto paisagístico para o jardim, que já havia sido um largo ocupado por casebres. O projeto contemplava a plantação de figueiras, compondo um jardim com doze espaços, destinados ao Panteon Maranhense. Hoje, a praça recebe o nome do ilustre Benedito Leite, assim como a Biblioteca Pública do Estado, recebendo uma estátua confeccionada em bronze, esculpida na França por Émille Decorchement.

Praça João Lisboa - João Francisco Lisboa é maranhense, nascido em Pirapemas no ano de 1822. É considerado o maior jornalista do Estado, tendo se destacado na arte da escrita e no campo político, já que trabalhou em alguns jornais e escreveu obras literárias relevantes à história do Maranhão. Na Academia Brasileira de Letras, foi patrono da cadeira nº 18, e na Academia Maranhense de Letras da cadeira nº 11. Em sua homenagem, no ano de 1918 foi erguido um monumento em bronze, com pedestal em mármore, sob autoria do escultor francês Jean Magrou. O monumento foi fixado primeiro no Largo do Carmo, e deslocado para a Praça João Lisboa no governo de Paulo Ramos (1937 – 1945). A praça recebeu o nome do jornalista em 28 de julho de 1901, por decreto municipal.

Ponte Bandeira Tribuzzi - José Tribuzzi Pinheiro Gomes nasceu em São Luís, no dia 2 de fevereiro de 1927. Mudou-se muito cedo para Portugal com a família, onde concluiu seus estudos primários e o ensino superior. Formou-se em Filosofia e Ciências Econômicas e Sociais, e concluiu o seminário superior maior, a pedido do pai, mas não deu continuidade à vida religiosa. Em 1946, Bandeira Tribuzzi retornou a São Luís, dedicando-se intensamente à literatura e ao jornalismo. Além disso, destacou-se como poeta, músico, economista, professor, compositor e ensaísta, trabalhando como funcionário do Governo do Estado e escrevendo em jornais locais. São de sua autoria os versos que compõem o Hino de São Luís. Em sua homenagem, o Governo do Estado construiu na década de 80 um memorial que leva o seu nome, assim como a ponte que liga o bairro da Camboa ao Jaracati, no final dos anos 70 e início dos 80.

Avenida Daniel da La Touche - Daniel de La Touche, Senhor de La Ravardiére, era tenente-general de Luís XIII da França. Ele comandava a esquadra, a serviço de Maria de Médicis, que desembarcou na ilha, com o propósito de implantar a França Equinocial. Em 8 de setembro de 1612, participou da fundação do Forte e da Vila de São Luís, que recebeu esse nome em homenagem ao Rei Santo, Luís IX.

Avenida Jerônimo de Albuquerque - Comandante da expedição militar portuguesa que expulsou os franceses do Forte São Luís em 1615, Jerônimo de Albuquerque foi o primeiro governador do Maranhão. Foi ele quem determinou a organização administrativa da futura cidade, quando, entre outras medidas, foi elaborado um plano de arruamento que deveria orientar o seu crescimento.

Rua Afonso Pena - Afonso Augusto Moreira Pena nasceu na cidade de Santa Bárbara, em Minas Gerais, no dia 30 de novembro de 1847. Começou sua carreira política como deputado pelo Estado de Minas Gerais, em 1874. Posteriormente, foi deputado federal, ministro, governador de Minas Gerais, vice-presidente de Rodrigues Alves, até que em 15 de novembro de 1906 tornou-se presidente do Brasil. Antes da carreira política, foi advogado e jurista. Em São Luís, assim como em muitas cidades brasileiras, uma das ruas do Centro Histórico recebe o seu nome.

Avenida Carlos Cunha - Luis Carlos Cunha nasceu em São Luís, no dia 18 de maio de 1933. Filho do casal Carlos José da Cunha e Edith Campos Cunha, Carlos Cunha ingressou na Academia do Comércio, na qual se dedicou ao curso de Técnico em Contabilidade. Chegou a ser ajudante de pedreiro, vendedor de café, vendedor de perfume, lavador de carro e servente de loja. Aos dezessete anos, passou a atuar como repórter no Jornal Pequeno. Depois seguiu para o Jornal do Dia, dando continuidade à sua trajetória. Carlos Cunha também foi professor e chegou a fundar o Instituto Lourenço Moraes, entidade mantenedora do Colégio Nina Rodrigues, de cunho eminentemente social. Pertenceu à Academia Maranhense de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Publicou livros, como Poesia de Ontem (1967), Dois Discursos (1968), Eu e a Academia Maranhense de Trovas (1970), Vultos Históricos à luz da Crítica Moderna (1970), entre outros.

Beco da Bosta
É um beco estreito por onde transitavam os escravos carregando os tonéis de excremento das famílias nobres para jogá-los nas marés, os conhecidos tigres ou cabungos, único meio de despejo até então. Chamou-se ainda Beco Zé do Coxo e Beco da Baronesa, por ficar na esquina do sobrado da baronesa de São Bento.

Beco do Quebra-bunda
Também conhecida como Rua João Vital, o beco era um despenhadeiro que o engenheiro Pereira do Lago procurou melhorar, dando-lhe uns cortes. Ainda assim, seu tráfego era perigoso e ganhou o apelido de Beco do Quebra-bunda. Este trecho vai do Largo do Carmo até a Rua da Estrela. Também foi conhecido como Beco da Pacotilha, porque o prédio de azulejos verdes da esquina foi sede do famoso jornal durante o século XIX.

Rua do Veado
Este trecho vai da Rua da Imprensa (Barão de Itapary) à Avenida Silva Maia. O nome esquisito servia de galhofa na Cidade, por isso um prefeito tentou fazer com que retornasse o nome antigo e popular, Rua do Veado, mas, como represália, os moradores colocaram uma placa na esquina da rua, em substituição à sugestão de nome dada pelo gestor: Rua do Prefeito.

Rua do Giz
O nome da rua deve-se, provavelmente, pela íngreme e escorregadia ladeira de argila que dificultava o trânsito. Começava no Largo do Palácio (Pedro II), continuava em declive acentuado até a ladeira Vira-Mundo (Rua Humberto de Campos) até subir à rua nova da Cascata (Rua Jacinto Maia).

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Fonte: O Imparcial

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