quarta-feira, 4 de julho de 2012

Descoberta a Partícula de Deus

Do G1.com
Em 2011, pesquisadores dos dois grupos de pesquisa do Cern já haviam “encurralado” o bóson de Higgs, quando identificaram a faixa em que encontrariam a partícula – a massa estaria entre 115 GeV e 130 GeV.

Na última segunda, pesquisadores norte-americanos também tinham encontrado “forte evidência” da existência da partícula, em experiências com um acelerador próprio, o Tevatron.
Foto: Representação gráfica de colisão de prótons realizada no LHC (Foto: Fabrice Coffrini/AFP)
Decaimento
Um dos motivos pelos quais é tão difícil detectar o bóson de Higgs é a sua instabilidade. Essa partícula dura muito pouco tempo e rapidamente se transforma – decai, no jargão científico – em outras. Para encontrar a nova partícula anunciada nesta quarta, eles estudaram o resultado destes decaimentos.

Tanto o CMS quanto Atlas concentraram seus esforços em duas partículas específicas: os fótons, que é como a luz se manifesta, e os bósons Z, que medeiam a chamada força fraca. O resultado foi suficiente para identificar a existência de uma partícula inédita, mas não para caracterizá-la em detalhes.

Para confirmar se o bóson descoberto é mesmo a “partícula de Deus”, será necessário estudar a fundo os decaimentos. O Modelo Padrão – conjunto de teorias mais aceito para explicar as interações da natureza e as partículas fundamentais que constituem a matéria – prevê o decaimento do bóson de Higgs em diferentes partículas, cada uma em determinada quantidade.

O próximo passo dos cientistas é testar os vários decaimentos decorrentes dessa partícula. Se os resultados continuarem sendo coerentes com o Modelo Padrão, será confirmado que ela é mesmo o bóson de Higgs.

Caso haja divergências, pode ser que explicações teóricas alternativas sejam adotadas. Já existe uma, chamada de supersimetria, que faz adendos ao Modelo Padrão e prevê a existência de vários bósons de Higgs com pequenas divergências entre si. Enquanto estas experiências não mostrarem resultados, é impossível afirmar qual dos modelos se adéqua melhor à natureza.

Cientistas brasileiros envolvidos na pesquisa do Cern falaram ao G1 e relatam 'clima de festa'. "Tinha uma fila que eu nunca vi no Cern. Estava todo mundo empolgado", relatou Denis Oliveira Damazio, contratado pelo Laboratório Nacional de Brookhaven, nos Estados Unidos, que trabalha na sede do centro suíço.

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